quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Quero ler - Maze Runner




Já faz um tempo que eu ouvi sobre Maze Runner pela primeira vez - principalmente no instagram, bastante gente lendo e publicando a capa (falando nisso, já me segue por lá? @estoquedelivros), mas nunca dei muita atenção, sei lá por quê.

Até que na semana passada eu vi o trailer do filme e então tudo mudou. Fui procurar mais informações sobre a série e agora o estrago está feito: quero ler!
Isso só se intensificou depois que eu pesquisei sobre os livros e encontrei alguns detalhes legais que vou compartilhar com vocês.

- O autor James Dashner levou 4 ou 5 anos para terminar a série. Isso porque ele escreveu outros dois livros simultaneamente com a série.

- A série tem inspirações em Ender's Game, filme lançado em 2013 que conta a história de um garoto que é treinado para evitar invasões extraterrestres à Terra (esse não despertou minha atenção...).

- James Dashner revelou ainda que a idéia do labirinto utilizado na série de livros surgiu do livro (e também adaptado para o cinema) O Iluminado, de Stephen King. O autor contou em entrevista que  achou muito assustadora a ideia de se ver preso e perdido dessa forma.

SOBRE OS LIVROS:

Fiquei bem confusa, porque em alguns lugares, vi que era uma trilogia, mas vi cinco volumes a venda.
Explico. Maze Runner é realmente uma trilogia, porém, mais um livro foi lançado (Ordem de Extermínio) e a história desse se passa antes dos acontecimentos de Maze Runner. A série conta ainda com um livro extra, que é uma espécie de guia ou manual de informações que une algumas pontas que ficam soltas no livro.

O filme Maze Runner - Correr ou Morrer tem sua estreia prevista para Setembro de 2014.

E aí? Curiosou?

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Resenha - A garota que você deixou para trás



Primeiro de tudo eu quero esclarecer que eu avalio a qualidade de livros de dois jeitos diferentes:
Quando eles são divididos em séries e aí eu avalio como um todo os livros juntos e quando eles são livros únicos, sem continuação.

Com isso esclarecido, quero dizer que: Caramba! Esse livro me surpreendeu demais, e de uma maneira super positiva!
A garota que você deixou para trás, da autora Jojo Moyes, conta duas histórias cruzadas, ligadas por uma pintura do século XX. A história de Sophie, a garota retratada no quadro e sua irmã, que em meio à primeira guerra mundial têm que tocar sozinhas um hotel em uma cidadezinha da França, já que seus maridos foram convocados para servir ao exército. As duas irmãs se vêem em um impasse com elas mesmas, seus valores e também com a população da cidade quando são designadas para cozinhar para os soldados alemães situados na cidade e serví-los em seus salões do hotel e Sophie ainda mais, quando o Comandante dos soldados parece enfeitiçado por seu quadro.

Conta também a história de Liv, em 2006, detentora do quadro de Sophie: uma viúva com a vida bastante parada e sem graça que reencontra uma amiga da faculdade em um jantar-encontro que é um fiasco e então começa a cair na realidade do que realmente está fazendo com sua vida. O detalhe aqui é que Mo, a colega de faculdade, é uma garota bastante estranha que parece, por vezes, não ter papas na língua e passa a viver com Liv, mesmo tendo sido convidada por apenas uma noite.
Liv se vê em uma grande enrascada quando por acaso descobrem a obra de arte dela e assim, a família que se elege proprietária do quadro por linhagem quer o poder do quadro.

O que eu mais gostei nesse livro é que a autora mescla as duas épocas de uma maneira tão bem feita, tão no ponto certo, que a vontade de terminar a leitura só cresce e desse mesmo jeito, é meio impossível definir de qual das duas partes eu tinha mais curiosidade em saber: se o que acontecia com Sophie lá atrás ou como Liv ia resolver seu impasse. A autora escreve com a quantidade necessária de detalhes, não é excessiva e deixa espaço para a imaginação e de um jeito fluído e que faz querer mais e mais a cada momento.
Livro recomendadíssmo!

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Resenha - Doidas e Santas

Doidas e Santas, Martha Medeiros




Estive lendo algo diferente do que costumo, porque eu acho bom variar e porque foi o que me chamou a atenção nas últimas páginas da lista do Kindle.
O livro Doidas e Santas, da Martha Medeiros é composto de textos curtos, de duas ou três páginas, sobre eventos cotidianos da vida da autora. Eventos cotidianos que poderiam ser da minha vida também e carregados da percepção dela, que carrega um jeito leve de escrever, fácil, sem que você tenha que parar para pensar "o que ela quis dizer?".
Logo no princípio do livro, ela fala sobre mudança de casa, e trata da importância de a gente se livrar das tralhas que vai juntando na vida. E eu não poderia concordar mais. Viver faz com que a gente acumule tralha daquelas que talvez nunca use e fica adiando doar.
Em um outro texto, ela fica imaginando o que Vinicius de Moraes, o poeta, pensaria dessa gente de hoje, arrogante e cheia de ostentação e diz: "lembrando que a gente perde muito tempo se anunciando, dizendo que faz e acontece, quando na verdade tudo o que precisamos, ora, é viver." Que eu acho que tem muito a ver com a realidade do pessoal que fica anunciando tudo que faz no Facebook e em outras redes sociais. Muita exposição e pouca ação focada em coisas que realmente importam.
Acho um livro bem legal para quem não está com muito tempo para ler histórias grandes, para quem quer dar uma pausa curta no meio do dia ou ir lendo no ônibus. Também é legal pra quem ficou com ressaca de algum livro ir se recuperando para ler outro.
A leitura é leve e fácil, mas algumas das frases da Martha nos ensinam e outras, nos relembram aquilo que já sabíamos!

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Resenha - Os homens que não amavam as mulheres


Sabe aqueles livros que você tem vontade de ler, mas por um motivo ou outro fica adiando?
Então, Os homens que não amavam as mulheres era assim para mim. Eu cismei que queria comprar a trilogia, mas sempre que eu via, custava mais ou menos um chute no estômago e aí, depois que eu ganhei um Kindle de aniversário, achei que seria muito legal unir o útil ao agradável. E aí que esse livro foi minha segunda leitura nele.
Pois bem: esse livro faz parte de uma trilogia, intitulada Millenium e se passa na Suécia (lugar meio incomum para nós, brasileiros).
Imagine o que um jornalista preso por cometer um erro, uma garota rebelde, com fama de ter problemas psicológicos e um grande empresário já idoso têm a ver. Pois bem, nada!
Mas o que acontece em OHQNAM é que os caminhos dessas três pessoas estão interligadas por um mistério que assola Henrik Vanger (o empresário idoso) há tempos.
Henrik recebe uma flor emoldurada todos os anos, presente que sua sobrinha costumava lhe dar de aniversário. Mas o que acontece é que sua sobrinha está desaparecida há cerca de 40 anos e Henrik tem a profunda desconfiança de que o assassino é quem lhe envia os "presentes", para mexer com sua cabeça.
O livro acaba girando em torno desse mistério, em que Mikael Blomkvist é envolvido um pouco sem querer, com a promessa de que o erro que cometeu em sua matéria jornalística pode ser revertido e a história acaba sendo muito mais interessante do que parece.
No início do livro, temos a apresentação dos quadros emoldurados e eu já fiquei pensando "Eba! Assassino maluco no pedaço!". Porém, nas páginas seguintes, pode-se perceber uma grande explicação de fatos que parecem inúteis ao leitor e, de início, eu tive que persistir um pouco para me manter na leitura porque toda hora parava e pensava "mas onde é que o autor quer chegar com isso?".
Ou seja: é um pouco complexo e o mistério central por vezes parece que não vai ser resolvido, visto que existem tantos detalhes, pessoas e acontecimentos ao redor, mas eu digo: Vale muito a pena ler!
As vezes é bom ter que pensar um pouco para absorver os fatos, forçar a cabeça um pouquinho e eu gostei muito da leitura e do desfecho dos acontecimentos, sem contar Lisbeth Salander, a menina meio doidinha que eu mencionei ali em cima, que não quero entrar em muitos detalhes, mas é a personagem mais interessante do livro, daquelas que a gente se apega!
Resumindo: Recomendo muito a leitura! Complexa, envolvente e com um desfecho bem diferente, literatura diversa à que estamos acostumados :D

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Crítica - Mommy Porn

Sim, vamos falar de assuntos polêmicos.
Todos sabem que ontem saiu o trailer da tão esperada adaptação do livro 50 tons de cinza para o cinema e aí BOOM, o que estava esquecido voltou a ser lembrado! O que eu vou fazer aqui é mostrar o que eu penso a respeito desse gênero de livros.
christian gray gato
Explico que não tenho nada contra o gênero e inclusive li (por enquanto 50 Tons de Cinza e os dois primeiros da saga Crossfire, então vou focar mais neles), e posso dizer que nos dois casos, fiquei curiosa para saber o que ia acontecer e não tão vidrada nas cenas calientes. O que eu sempre me questiono enquanto leio é: Como podem aceitar essa trama? Como as mulheres podem ler isso e considerar aceitável? Separei em alguns tópicos para não escrever sem rumo:
Mulheres-milagre: Em ambas as tramas, que por sinal, têm muito em comum, as protagonistas são definitivamente um milagre. Isso porque os garanhões da trama são mulherengos, inalcançáveis e verdadeiros casos perdidos. Mas as mulheres-milagre que aparecem em suas vidas, magicamente fazem com que absolutamente tudo mude em questão de meia dúzia de páginas. Christian Grey desiste de seus hábitos criados por ANOS quando Anastácia faz cara de magoada. Gideon Cross nunca levou uma mulher para sua casa, mas quando Eva dá um chilique, ele a leva. Como isso acontece, que poder elas têm, ninguém sabe. Tudo bem, quando as pessoas sentem algo diferente, elas podem mudar. Mas o que acontece é que a rapidez que os fatos se sucedem é um pouquinho acelerada e, para mim, incoerente.
Ana, de 50 tons, inclusive era virgem, estava totalmente despreparada para tudo, não sabia nem onde colocar a mão, convenceu o cara de fazer o que ele não fazia e ele do nada aceita, quando o mais provável é que ele mandasse ela ir pastar.
Atração está para desastre?: Em ambos os livros temos uma cena no mínimo patética quando as protagonistas conhecem seus futuros parceiros. As duas caem no chão. Anastácia vai fazer uma entrevista com Grey e ao entrar em sua sala, pisa em uma casca de banana invisível e vai ao chão. Eu sairia de lá rapidinho, mas Ana é ajudada por um solícito Christian e, para coroar a péssima qualidade da escrita sente choques elétricos onde ele encosta. Acabou de conhecer o cara e já tá derretida assim?
Eva, por sua vez, vai ajudar uma moça, se atrapalha e CAI aos pés de seu futuro amado. O que há com essas mulheres? Qual a chance de conhecer um namorado desse jeito? A situação é amenizada porque Gideon agacha ao nível dela, tratando ela como uma igual, para ajudá-la.
Meu único questionamento é: cair é sexy? A única reação que eu vi para alguém caindo no chão é riso e solidariedade.
Riqueza e Submissão: Daí você cai literalmente aos pés de um cara podre de rico. Daí ele manifesta interesse por você, mesmo você não se encaixando nas preferências dele. Então, no caso de Ana, em 50 tons, ele te leva pra casa dele, fala umas coisas bem estranhas e aí você descobre que ele é dominador (lembrando aqui que você é virgem, hein?) e quer que você assine um contrato. Um contrato, gente, olha o absurdo! O que você faz? a) Sai correndo, falando que seu gato está sem comida há dois dias b) Sorri para o lindo, reluzente, viril e RICO homem em sua frente e assina.
Crítica a 50 tons de cinza
Não dá. É de dar revolta! Sabemos que o contrato é assinado pela atração que Ana sente, por nada mais. Ela não conhece o cara, ele sai meio que perseguindo a menina e ela achando tudo super normal, incrível e conversando com sua deusa interior (que é outra coisa desnecessária na trama e só mostra como a personagem é insegura. Ponto positivo pra Sylvia Day que não  inventou nada do tipo para sua personagem, a Eva).
Fica claro que o fator riqueza e beleza são fatores de decisão importantíssimos nesses dois títulos. Eva é mais velha, sabe o que quer, não é boba e tem dinheiro também, o que ameniza, mas não dá perdão a ela.
Tudo se resolve com... sexo: Enquanto leio e vou conhecendo mais sobre os personagens, não posso aceitar e nem entender que todos os conflitos que aparecem sejam resolvidos com sexo.
Os personagens estão na maior briga, ou em uma situação estranha e desconfortável e aí de repente, um se aproxima do outro e inesperadamente a situação muda, tudo começa a esquentar e pronto! O problema foi resolvido. Ou, no mínimo, adiado para outro momento mais oportuno.
Eu poderia citar as situações estranhas ou embaraçosas aqui por um dia todo, mas o post vai ficar ENORME (já está). Entre as duas séries que li, considero Crossfire  um pouco melhor, já que existe uma trama um pouco mais elaborada girando em torno dos personagens e a autora consegue segurar um pouco mais os mistérios e dilemas, prendendo o leitor.  O ponto que me dá mais raiva é a dependência descarada do casal, em diversas partes do livro somos soterrados de frases como "Se você me deixar, eu me mato" ou "eu não sou nada sem ele, minha vida não presta".
Se alguém dissesse isso para mim, eu ficaria assustadíssima, sério.
50 tons já traz algumas coisas mais infantis por parte de Ana, como a já citada deusa interior, assim como todas as inseguranças da moça e a necessidade de Christian de encher ela de presentes, coisas caras e, com elas, imposições das mais variadas. Sem contar as manias que os machos alfa têm de perseguir suas amadas. São quase onipresentes, sabem tudo que elas vão fazer, onde estão, onde estarão, olham faturas do cartão, quebram sigilo... GENTE, não é romântico, é medonho!
O que me fez escrever esse post é mais uma dica (lembrando que todos têm o direito de discordar, hein?): Meninas (e meninos) que lêem e ficam sonhando com um Sr. Grey ou um Gideon Cross: por favor, tenham senso crítico! O que nos é apresentado nessa literatura é algo fantasioso, um romance forte com pretextos para cenas de sexo. Vale sempre ser realista e se perguntar: "Isso é realmente romântico ou é uma forma de violar a privacidade e a liberdade da pessoa?" ou "Como eu me sentiria se isso acontecesse comigo?".
NÃO é legal aceitar ser submisso a alguém, não faz bem ser comandado ou comandada de alguma forma e, principalmente, o envolvimento com alguém que traz traumas do passado provavelmente não vai ser algo tão doce como por vezes é descrito nos livros.
E lembrem-se! Se não concordarem com algo em  um relacionamento, exponham! Ninguém tem obrigação de nada, a não ser respeito!
E pelo amor de Deus: não assinem nenhum contrato!

terça-feira, 15 de julho de 2014

4 em 1 - Resenha Série Riley Bloom

Série Riley Bloom


Não, eu não fiquei louca.
Estou aqui somente facilitando a minha vida e a vida de vocês :D
Explico: Li a série Riley Bloom, da Alyson Nöel bem rapidinho, porque os livros são finos e rapidinhos, cerca de 200 páginas cada um. Aí não compensa fazer uma resenha pra cada um, né? Bom, eu achei que não!
Resumindo a ópera e o cenário geral antes de passar para a resenha de cada livro: Riley Bloom é uma menina de 12 anos que morre em um acidente de carro, juntamente com seus pais e seu cachorro, Buttercup. Desse acidente, apenas sua irmã sobrevive - Ever, da série "Os Imortais". Mas ouvi tanta crítica a respeito dessa série que nem me interessei, parti logo para o spin off.
Riley fica meio perdida, vagando antes de passar a ponte para o Aqui, que é meio que o céu no livro e, quando finalmente atravessa, é designada pelo Conselho do lugar a ser uma Apanhadora de Almas, voltando para a Terra e convencendo almas a encontrarem seu caminho para o Aqui ao invés de assombrarem os lugares onde morreram.
Riley conta com a ajuda de seu labrador, que foi com ela e Bodhi (que nome é esse, gente?), seu guia oficial.
Radiante
O primeiro livro da série retrata a vida de Riley depois que ela passa para o Aqui, vivendo apenas o Agora. Todos têm funções no lugar, mas nenhuma foi atribuída a ela até então, então seus pais recomendam que ela vá para a escola, o que ela faz, com suas concessões, mas faz.
Depois da aula, que é um tanto irreverente, Riley se vê sozinha com seu cão novamente e descobre que o garoto meio ranheta e esquisito que ela logo de cara não gostou será seu guia. Bodhi, o bobão, a leva para uma visita ao conselho.
Riley então descobre que vai voltar para a Terra em missões de resgate de almas perdidas, que não foram em direção à luz, por assim dizer.
Seu primeiro desafio é o Garoto Radiante, em um castelo na Inglaterra, que assombra o lugar há tempos e ninguém até então conseguiu fazer com que ele tivesse o bom senso de sair de lá e ir para um lugar melhor.
Riley parte para a sua missão com a promessa de que seu guia a ensinaria a voar caso ela conseguisse vencer o espírito e levá-lo para o Aqui e com uma surpresa após ter sua tarefa concluída...
Luminoso
Riley Volta em mais uma aventura pós vida.
Ela, seu cão e seu guia, Bodhi, ganharam um descanso após a primeira missão e o estão aproveitando, quando de repente um cão infernal surge do nada, assustando Riley, que por vezes se esquece que é um fantasma e que nada mais pode lhe fazer mal.
Assim, Riley, que lembrem-se: é uma garota de 12 anos, um pouco mandona, com excesso de confiança e sem senso de perigo formado - bem como um certo complexo por AINDA ter 12 anos - decide descobrir o mistério do cão e o que ele está escondendo, o que é claro, envolve ela e seus amigos em uma nova aventura.
Mas o que fazer então quando Bodhi e Buttercup ficam presos em uma armadilha?
Riley tem que pensar entre agir sozinha ou confiar em um estranho e ainda arquitetar um plano para tirar seus amigos do perigo que os cerca e ainda lidar com problemas cada vez maiores, que só vão crescendo.
Terra dos Sonhos
Após os episódios ocorridos em Luminoso, Riley e seus amigos retornam ao Aqui e Agora, morrendo de medo de enfrentarem o conselho, que descobriu que a garota acabou agindo por conta própria em seu descanso.
Após a reunião, outra folga é dada para Riley e Bodhi, que por se desentenderem desde o início, acabam se separando para fazer coisas que eles gostam, para terem seu tempo sozinhos.
Acontece que, exceto por Buttercup e seu trabalho, Riley percebe que não tem o que fazer, nem amigos e nem para onde ir.
Assim, ela faz a única coisa que costuma fazer em seu tempo livre: observar a vida da irmã livre  e lá escuta rumores de que existe um lugar em que é possível enviar sonhos à pessoas vivas.
É claro que a menina se desespera e na hora pensa em ir para lá, quer falar com sua irmã desesperadamente e decide fazer o que estiver ao seu alcance para conseguir isso.
Esse foi o livro que mais me deixou irritada com Riley. Ao invés de a menina ir procurar algo para fazer, vai atrás de um negócio que nem sabe o que é com alguém que não conhece e, além disso, por várias vezes só pensa nela, em fazer treze anos e não ter mais o peito reto. É claro que nessa idade, parece que nosso único foco na vida é isso mesmo, mas vai além: Riley parece não saber ouvir não como resposta e é inconsequente apenas para conseguir o que ela quer.
Com alguns acontecimentos e ações no livro, ela descobre que no Aqui e Agora, sua casa, não é apenas "fazer o trabalho e ser paga". É preciso ser altruísta e não pensar em seus ganhos pessoas, o que eu achei muitíssimo bem feito!
Murmúrio
Riley está de volta para o último livro da série e sua nova aventura é em Roma, para convencer um fantasma centenário de um gladiador implacável a encontrar o caminho para atravessar a ponte.
A garota somente foi enviada pois pediu ao conselho por missões mais difíceis e, ao chegar ao local, descobre que nem Bodhi e nem Buttercup poderão acompanhá-la: a missão é somente dela.
Riley descobre que vários outros Apanhadores de Almas já ficaram presos nesse mesmo centário ao tentar cumprir a missão e isso a deixa mais insegura ainda, mas mesmo assim, a garota aceita ao desafio e parte para dentro do Coliseu para entender o que deve fazer.
A menina então descobre o fantasma de Messalina, uma romana da mesma época de Theocoles (sua missão), e tem a história toda mostrada por ela.
Único probleminha aí é que Messalina faz uns encantinhos básicos para seduzir Riley e a romana parece saber todos os maiores desejos do coração da Apanhadora de Almas, que tenta ao máximo resistir, mas logo é encantada novamente.
Esse é um dos pontos fracos do livro, porque a história começa a ficar um pouco repetitiva. Toda hora que a gente acha que Riley vai agir... PUF! Ela esquece tudo.
A conclusão da história é muito legal e dá para perceber uma evolução bem grande da personagem comparada aos primeiros livros, não posso dar aqui grandes detalhes né? Tem que ler para saber!

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Resenha - O diário de Anne Frank

Diário Anne Frank



Bom, esse é um livro bem típico de leitura de escola para a prova de história, mas como a minha escola era bem da relaxada e não pedia para lermos livros, estou aqui com a resenha tardia, depois de ter lido por espontânea vontade.
O livro é a impressão do diário de Anne Frank e se passa em épocas da segunda guerra mundial. A menina, então com 13 anos, ganha um diário de presente e começa a contar um pouco de sua história.
Mal sabia ela que seu diário iria virar material histórico!
Acontece que, Anne era de uma família judia que decide que iria "mergulhar" em uma casa de gente aliada aos judeus. Mergulhar, no caso, seria sumir do mapa sem deixar vestígios e sem levar muita coisa, morando em um lugar próximo, porém sem poder sair deste local, que eles chamavam de anexo - pois era um ambiente anexo a uma empresa - para despistar os nazistas que buscavam judeus para os campos de concentração.
Pois bem, Anne, sua irmã e seus pais partem para o anexo, juntamente com sua família e posteriormente um dentista e a menina retrata seus dias com essas pessoas, enfatizando seu relacionamento conturbado com a mãe, a admiração pelo pai e como é complicada a convivência em um espaço fechado.
Conforme o tempo vai passando, Anne vai aprendendo a lidar melhor com as pessoas e a filtrar o que estas dizem a ela, que, por ser a mais nova da casa, acaba sendo "adotada" por todo mundo, que fica opinando no que ela deve fazer e como deve agir.  Mesmo assim, por vezes me parece que Anne foi uma menina um tanto presunçosa, talvez por ser inteligente. A carta que ela escreve ao pai em certa ocasião me deixou revoltada!
Apesar disso, é interessante perceber que, mesmo confinadas, os mais novos - e até o pai de Anne - tinham interesse pelo aprendizado e pelos estudos, jamais parando com suas obrigações. Eles podiam simplesmente pensar "somos judeus, ora ou outra vamos morrer, então para que estudos, não é?" Nada disso: Anne aprendeu umas duas ou três línguas, só reforçava que não gostava de matemática.
É bem interessante ver que os donos da empresa sempre são solícitos com os confinados e como todos sempre dão jeitos de dar presentes uns aos outros em seus aniversários.
Um ponto a ser reforçado é também o tipo de presente que se dava: Geralmente, alguma comida diferente ou gostosa, já que os mergulhados tinham acesso somente ao que lhes era mandado e com aquilo tinham que se virar. Livros e poemas também eram presentes comuns.
A alegria que Anne expressa ao ganhar um simples diário e caneta também são comoventes. Hoje nós temos acesso a tudo isso, mas é de se imaginar como era difícil conseguir essas coisas.
Como é de se imaginar, o diário não tem um fim: é adicionada uma nota ao final para esclarecer o que acontece com Anne e os outros mergulhados, o que é claro que eu não vou contar aqui. Vá ler!
Nota: 3/5

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Resenha - Divergente

Divergente livro


Bom, vamos lá!
Pra quem me acompanha no Instagram (@estoquedelivros, me sigam que eu sou legal!) já viu que eu li esse livro faz um tempão. A verdade é que eu fiquei enrolando pra fazer a resenha e além disso, tinha umas resenhas mais antigas pra fazer.
Quanto ao livro: Uma distopia que se passa no futuro (a autora não deixa muito claro quando), no que um dia foi Chicago.
A sociedade fica cercada por muros por conta de guerras anteriores e dentro desses muros, é dividida em 5 facções: Audácia, Abnegação, Amizade, Erudição e Franqueza. As pessoas que fazem parte dessas facções podem estar lá desde que nasceram ou podem "migrar" em uma cerimônia de seleção e escolher aquela que mais tenha a ver com sua personalidade e filosofia.
Beatrice é uma menina criada na Abnegação - facção que preza pelo altruísmo, "o outro antes de mim", despreza qualquer tipo de vaidade, usa cabelos presos e roupas cinzentas - e não se vê tão altruísta assim. Se importa com os seus, mas muitas vezes se vê questionando coisas que não deveria. Beatrice tem um irmão mais velho, Caleb e se questiona o que ele vai pensar da irmã se ela se decidir por outra facção.
Antes de escolherem, porém, todos os iniciandos - aqueles que serão iniciados em uma facção devem passar por um período de testes para descobrir se realmente se encaixam na facção -  um teste de aptidão. Quando chega a vez de Beatrice, ela descobre que seus resultados são inconclusivos e que ela pode pertencer a mais de uma facção, o que é chamado de divergência.
O probleminha aí e que todos os divergentes são caçados ou desaparecem "misteriosamente".
No dia da cerimônia, Beatrice pensa bastante, mas acha que seu lugar realmente não é onde nasceu e decide encarar os desafios de participar de outra facção, escolhendo assim a Audácia - facção dos destemidos, dos corajosos e impulsivos.
É então que Tris - que escolhe um novo nome de acordo com sua nova vida - começa a encarar desafios enormes: Ter saído de uma facção desprezada pelas outras, que ainda por cima está sendo alvo de boatos maldosos feitos pela Erudição, além de ser fraca  fisicamente e totalmente despreparada, encontrar situações de luta pelas quais nunca passou, bem como um líder de facção um tanto sanguinário.
Entre essas dificuldades, Tris vai percebendo que realmente se encaixa mais onde está e vai crescendo dentro da facção, porém, ela ainda toma decisões altruístas por seus amigos, defendendo-os. O que será que isso pode significar?
Tris ainda tem de lidar com Peter, recém saído da Erudição e alguém que promete fazer da sua vida um inferno e com Quatro, seu misterioso instrutor de treinamento que lhe causa arrepios, além de ainda por cima ter que esconder sua divergência.
Infelizmente, não tem como falar desse livro sem dar alguns detalhes, senão quem lê a resenha fica sem entender nada, mas o que quero dizer é: A leitura é demais! Prende o leitor, dá vontade de só parar de ler quando terminar.
Eu fui assistir ao filme antes de ter vontade de ler o livro e digo (claro!): NEM SE COMPARA!
O filme é bem fiel à trama, porém, a história no livro é contada pela visão de Tris, então sabemos o que ela está sentindo, pensando, quais são suas intenções, etc. Além disso, o filme deixa alguns detalhes importantes de lado, como por exemplo, as pessoas que não são bem sucedidas nos testes de entrada e acabam ficando sem-facção (um grupo que vive nas ruas, não tem sede própria e ninguém sabe muito sobre eles), assim como os amigos que Tris vai fazendo na facção e mais informações sobre quem está ao seu redor, que serão importantes mais pra frente.
Recomendo muito a leitura, principalmente para quem viu o filme e ainda não leu, ajuda bastante a compreender e ver que é tudo um pouco mais complexo.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Resenha - Cidade das Cinzas

Instrumentos Mortais Cassandra Clare
Vou tentar ao máximo não trazer spoilers para as resenhas e aviso quando for comentar algo que possa comprometer as surpresas da leitura, certo?

 Seguinte: eu estava receosa em começar o segundo volume da série, com medo de que a qualidade decaísse ou que a autora não conseguisse amarrar as coisas e a história acabasse sendo maçante demais. Fico feliz e aliviada em saber que me enganei! Esse segundo livro traz ainda mais dos personagens, se aprofundando nos personagens coadjuvantes, como Isabelle, Alec e principalmente, Simon, que mais ou menos na metade do livro nos dá um susto e tanto!
Acho muito legal a autora trabalhar com temas como homossexualidade, já que Alec Lightwood, um dos principais personagens, é gay. A autora mostra algumas das dificuldades que ele passa para se assumir para os pais e os conflitos de serem "diferentes" dos demais. Na história, ainda é citado que os Caçadores de Sombras têm dificuldades em aceitar esse tipo de escolha, mas acredito que a autora tenha feito alusões à nossa sociedade, que ainda é muito intolerante.
Voltando à história, como eu disse na resenha do primeiro livro, Clary é uma personagem que descobre fazer parte de um mundo totalmente diferente e, alheia a tudo que acontece e com suas memórias retiradas de sua mente, mal sabe que também é uma Caçadora de Sombras e que existem muito mais coisas do que ela pode imaginar, inclusive seres malignos que querem sugar as energias do planeta, os demônios.
Clary, no segundo volume, passa a perceber que ela não é tão indefesa como se acreditava ser no início dos acontecimentos e, apesar de não ter treinamento com as armas dos Caçadores de Sombras e não conhecer de suas técnicas, percebe que tem um talento especial, que nenhum dos outros caçadores podem realizar e garante ao livro um final inusitado e ações que decidem  qual lado a batalha que ocorre pode favorecer.
A continuação da saga conta com o roubo do segundo Instrumento Mortal pelo vilão odiável e louquinho de pedra Valentim, Jace surtando no covil dos lobisomens, crianças de várias espécies do Submundo sendo misteriosamente mortas, muita tensão entre Jace e Clary (os dois brigam muito!) e uma visita surpreendente e alucinante à corte Seelie, o mundo das fadas, que de boazinhas não têm nada!
*ATENÇÃO: Essa parte pode conter Spoilers*
Como empecilho, durante a trajetória de Clary, Jace e seus amigos a Inquisidora Herondale, uma amargurada e ferida habitante de Idris, cidade natal dos Caçadores de Sombras, aparece para pegar no pé de Jace.  A Inquisidora, que a princípio serviria para avaliar acontecimentos passados, se faz de cega a tudo que lhe apresentam e jura de pés juntos que Jace é malvado e que está espionando para seu pai, Valentim. O que deixa o leitor com uma raiva tremenda, já que nós, aqui do lado de fora, conhecemos a verdade.
O fato de Clary e Jace/Jonathan serem irmãos, descoberto no final do primeiro livro é intrigante e deixa o leitor na expectativa (pelo menos eu fiquei) de algo que indique que eles NÃO o são, já que antes de descobrirem seu laço de sangue, os dois se apegam de um jeito... bom... não fraternal e, apesar de evitarem se encontrar, os dois acabam sempre dando um jeito de se ver, brigar e, devagarinho ir se reconciliando. Alguns momentos dão sinais (leves) de que os dois não são irmãos, quem está lendo fica sabendo e fica na expectativa de os dois juntarem as pecinhas e entenderem, mas o processo é bem lento, viu?
Acho isso muito interessante, nós de fora sabemos e ficamos na torcida para que eles, no mundinho deles, parem de agir como se não pudessem se tocar e entendam o que realmente são. A autora escreve de um jeito que podemos quase sentir a angústia sentida pelos personagens.
A parte na corte Seelie, o reino das fadas, é eletrizante e descrita de um jeito que nos deixa incrivelmente felizes e as palavras da Rainha-Fada são o início de uma nova jornada para os Caçadores de Sombras, que só vai ser revelada no terceiro volume. Vale a pena acompanhar essa aventura, eu estou amando e é bem o meu tipo de livro!
Nota: 4/5

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Resenha - Cidade dos Ossos

Jace Cassandra Clare Clary
Venho declarar algo a vocês: Se eu soubesse que esse livro era tão bom, não teria enrolado tanto para ler!
Comprei os 4 primeiros livros da saga já tem mais de seis meses e, depois que eu li em um blog uma resenha que dizia que a leitora/resenhista não havia conseguido dormir direito após ler, por se tratar de assuntos como demônios e seres sobrenaturais, fiquei com a impressão de que esse livro seria meio assustador, com detalhes inquietantes... e acabei discretamente deixando a série de lado. A resenhista do outro blog não poderia ter me enganado mais!

O livro trata de assuntos que eu particularmente gosto muito. Outros mundos, coisas sobrenaturais, magia, vampiros e lobisomens, mas sem cair nos clichês que são comumente vistos nos livros que cada vez mais tratam do assunto.
Clary, uma adolescente comum de 15 anos, que em uma noite de domingo vai para uma danceteria com seu amigo Simon e vê o mundo virando de cabeça para baixo ao se encontrar com Jace e seus amigos Isabelle e Alec, que ela pensou, de início, serem loucos e psicopatas. Não era para menos, já que eles estavam munidos de armas estranhas e perseguiam um garoto que parecia comum.
O problema é que apenas Clary os enxergava e, sem entender como, descobre um mundo paralelo ao seu, ao qual muitos humanos passam suas vidas alheios.  A partir do sumiço inexplicável da mãe de Clary, a garota tem que encarar as novidades que a cercam, lidar com pessoas novas e  hostis à sua natureza de "mundana", como eles a chamam, descobrir sobre seu passado, ir em busca de sua memória, já que ela descobre que esta foi alterada para que ela não visse nada sobrenatural e ainda descobrir mais sobre Jace, o encantador e convencido Caçador de Sombras que é como seu guia nesse novo mundo, além de ainda procurar pistas sobre onde pode estar a mãe.
Parece muito, não? E é! O livro tem bastante aventura, sempre está acontecendo alguma coisa com os personagens que, durante esses acontecimentos vão cativando o leitor e prendendo ainda mais na história. Eu, particularmente, não via a hora de voltar ao livro toda vez que tinha que deixar de ler. Adoro isso!
E o final? Ahh... o final tem uma reviravolta maluca, que me deixou de cabelos em pé e desesperada para descobrir se o que aconteceu é realmente verdade ou se foi uma armação. Me senti perfeitamente enganada pela autora, ela conseguiu mesmo me deixar surpresa. Vou ter que correr para o próximo volume para descobrir!
Nota: 5/5

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Resenha - Morte Súbita

Morte Súbita Harry Potter


Sinopse: Quando Barry FairBrother morre inesperadamente aos quarenta e poucos anos, a pequena cidade de Pagford fica em estado de choque.
A aparência idílica do vilarejo, com uma praça de paralelepípedos e uma antiga abadia, esconde uma guerra.
Ricos em guerra com os pobres, adolescentes em guerra com seus pais, esposas em guerra com os maridos, professores em guerra com os alunos… Pagford não é o que parece ser à primeira vista.
A vaga deixada por Barry no conselho da paróquia logo se torna o catalisador para a maior guerra já vivida pelo vilarejo. Quem triunfará em uma eleição repleta de paixão, ambivalência e revelações inesperadas? Com muito humor negro, instigante e constantemente surpreendente, Morte Súbita é o primeiro livro para adultos de J.K. Rowling, autora de mais de 450 milhões de exemplares vendidos.
O que eu achei: Se você espera ler um novo Harry Potter, cercado de magia, amigos leais e etc., nem abra o livro porque vai ser decepção garantida. Morte Súbita traz a história de Pagford, uma cidadezinha britânica que, pelas descrições é muito pequena e todo mundo se conhece.
Os habitantes ficam em polvorosa depois da morte de Barry Fairbrother, presidente do conselho da cidade e defensor de um vilarejo chamado Fields que foi atribuído à cidade mas que, apesar disso, muitos moradores não aprovam a atribuição e vêem o vilarejo como uma mácula para a cidade, já que este abriga moradores mais pobres e muitas vezes com problemas com drogas e etc. Como Barry veio do pequeno vilarejo e conseguiu superar as dificuldades impostas pela vida, ele trazia a crença de que havia mais gente que poderia ser "salva" das circunstâncias e apostava alto na menina Krystal Weedon, habitante do vilarejo que tinha uma mãe viciada e um irmão mais novo que por muitas vezes teve que cuidar.  Barry descobriu nela uma ótima remadora e ambos acreditavam que isso poderia ser sua salvação. Krystal não tinha muitos modos, mas tinha muito amor por seu irmãozinho Robbie e sempre que podia, defendia e incentivava suas colegas de equipe com seu jeito grosseiro e engraçado.
O livro é narrado em terceira pessoa e vai fluindo aos poucos entre os acontecimentos de várias famílias da cidadezinha, desde fatos cotidianos até a expectativa pela eleição de um novo conselheiro, que pode seguir os passos de Barry e lutar por Fields ou pode de uma vez por todas acabar com o vilarejo e com a clínica de reabilitação que atende os necessitados.
No início eu senti dificuldade com a leitura, não porque a linguagem é difícil nem nada do tipo, apenas porque a história não possuía nada que prendesse a atenção, porém insisti e percebi que aos poucos eu ia me envolvendo com os personagens, querendo saber quais eram seus problemas e os seus segredos por baixo dos panos, já que o que se pode perceber no livro é que muitas pessoas vivem de fachada e também possuem segredos, como revela o Fantasma de Barry Fairbrother, personagem criado por um dos adolescentes da história que, cansado de sofrer nas mãos do pai violento e candidato à Conselheiro, invade o site do Conselho da cidade e posta segredos de sua família na esperança de desmoralizar o pai e impedir que a cidade fique nas mãos de alguém como ele. Essa ação, no entanto, acarreta uma série de outros posts com segredos de outras famílias, todos eles publicados pelos adolescentes e na maioria das vezes, por membros das próprias famílias.
Várias histórias, do presente e do passado, são trazidas para ambientar o leitor e é possível perceber que cada personagem traz seu drama, seus fantasmas e segredos que os incomodam e assombram e, com a exposição do que se passa pela cabeça dos personagens, o leitor acaba entendendo o motivo de suas ações, mesmo que elas possam parecer erradas de início. 
A leitura é fácil, J.K. escreve fantasticamente e a tradução também é muito boa. Porém, é uma narrativa diferente de Harry Potter, com mais palavrões e mais situações cotidianas, sexo, drogas, estupro e impunidade, mas não de um jeito que interfira na leitura ou a deixe desagradável.
Um detalhe que não gostei muito foi o fato de o final do livro ser aberto: não há uma conclusão dos fatos ou a resolução dos problemas, mesmo que por ora. As coisas ficam subentendidas e, ao que parece, tudo vai se encaminhando. Senti falta de algo conclusivo e, ao mesmo tempo, imagino que não teria como haver outro final, afinal de contas, a vida de todos os personagens iria continuar. O livro não traz um final feliz, não traz a solução para os problemas de ninguém e acaba com acontecimentos bem dramáticos que me deixaram bem triste e isso indica que o livro cumpre muito bem sua missão, afinal de contas, não tem graça se não mexe com a gente, não é?
Nota: 3/5